O QUE QUEREMOS, O QUE PRECISAMOS E O QUE TEMOS

Certa vez, um amigo meu me disse que "uma sociedade não pode punir um criminoso que ela mesmo criou" ...Na época, achei a frase bem interessante e concordei com ele.  Mas éramos jovens e como todo jovem, sempre muito críticos às injustiças sociais.  Todos nós somos, de certa forma, contra as diferenças sociais.  Mas depois, vamos aceitando que,  ela sempre existirá porque é impossível de acabar com ela.  Cada indivíduo tem suas peculiaridades, suas prerrogativas, suas necessidades, enfim, ninguém é igual.  Dessa forma, cada um conquista por si próprio o que almeja ou não a depender de diversos fatores externos mais do que internos.

Quando um indivíduo nasce com características favoráveis e os fatores externos contribuem para que ele desenvolva esse aspecto, com certeza, ele irá se moldar à essa circunstância.  Uma pessoa que, quando pequena, presencia a morte dos pais ou sofre abusos, ou então, é vítima de violência extrema, tendo já algum desvio no que seria considerado o padrão normal de qualquer ser humano, irá sim, continuar o ciclo da qual foi vítima.  É a história triste de praticamente quase todos os criminosos violentos.  Mas isso não pode servir como desculpa para que esse criminoso seja perdoado pelos seus atos.  Fosse mesmo desse jeito, então, o círculo vicioso jamais se fecharia.  Ao contrário, se transformaria numa espiral crescente e a consequência disso, seria uma sociedade extremamente selvagem onde vigoraria a lei do mais forte.

Esse é o nosso problema atual.  A inimputabilidade dos menores criminosos, só gera mais um incentivo para que essa espiral se torne insuportável.

Dilma disse que .."nos países onde a aplicação de punições à menores de 18 anos não deu certo", esqueceu de dizer quais ou qual país isso não deu certo.  Quando disse que somente 1% dos crimes são cometidos por menores, errou por uma margem de quase  40%,.  Já o Ministro da Justiça mentiu ao dizer que não pode ser mudada uma lei por ser cláusula pétrea,  e contestou os números da própria presidente afirmando que, se aprovada, colocaria cerca de 40 mil jovens ao ano nos presídios.

Os defensores da espiral da violência continuam perdidos nos argumentos.  Ou se enganam, ou mentem, ou fogem do debate.

Se dizem que precisamos de mais escolas, então eu pergunto.  Por que não fizeram mais escolas?
Se dizem que nossos presídios são desumanos, eu pergunto, por que  ainda não os tornaram mais humanos?   Como posso ver, não é uma questão de interesse real, mas sim, de ideologia besta.

Os brasileiros estão já pedindo a pena de morte, a volta dos militares, enfim, estão demonstrando com palavras e desejos extremos,  o grito de desespero de uma sociedade já cansada dessa inércia.


Existem sim, verdadeiros monstros espalhados por aí.  Esses monstros, procriam ao ponto de facilitarem a evolução de mais e mais monstros que, por sua vez,  continuam o ciclo interminável.

Se quase 90% da população é, não só favorável, mas também expressa o desejo de reduzirem a maioridade penal, e se vivemos mesmo numa democracia, não sei porque tanta demora em aplicá-la.

Para crimes hediondos, devem sim, serem punidos os que estiverem acima dos 16 anos.  Não é uma questão de sair por aí punindo todos os jovens que se encontram como fazem parecer os contrários, mas apenas os que cometem os crimes bárbaros que vemos todos os dias, ou pior...aqueles que presenciamos ou pior ainda...aqueles que somos as vítimas diretas!

Você faz parte da sociedade até decidir sair dela e partir para a tal marginalidade.  Então, dessa forma, não foi a sociedade que lhe criou, mas sim, você próprio que decidiu deixá-la.  Uma pessoa acima de 16 anos já tem ciência do que é certo ou errado sim... afinal de contas,  pode dirigir, pode votar, enfim, não há mais desculpas para essa ideologia porca, estúpida e retrógrada.

Segundo o Ministro, seriam mais 40 mil jovens presos todos os anos.  Não seriam não senhor Ministro.  Pois, de cara, esse número iria diminuir drasticamente visto não terem mais como escapar da punição.  Esses 40 mil que o senhor se refere, são aqueles que, mesmo cometendo atrocidades inenarráveis, são hoje postos em liberdade para continuar alimentando o mercado dos horrores a que estamos expostos todos os dias.

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